terça-feira, 29 de novembro de 2011

Pra te fazer sentir, pra te fazer pensar...

Depois das certezas, as dúvidas.
Depois das palavras, o silêncio.
Depois dos risos, as lágrimas.
Entre instantes, minutos e horas
Entre dias, semanas e possibilidades.
Encontros avessos, encontros marcados
Linhas tortas trazendo a razão,
Linhas retas sem pontos finais
E o anseio de querer tudo e muito e tanto
Roubando o sono, a calma, a alma,
Jorrando encanto, pranto, sorrisos, surpresas
Um misto de inquietude e delicadeza
Rompendo a barreira do sim e do não
Do certo e errado,
Se realmente tudo isso existir...
Os sons, os cheiros, os toques, texturas
Fechar os olhos e ir pra longe, pra dentro, pra perto
Virar multidão no deserto e ser só no meio de tudo...
Se a loucura chegou de repente
Se a razão foi embora e me deixou
As palavras, as letras, os sons
Tudo isso faz parte de mim nesse instante
Num flagrante de desejo profundo
No infinito de frações de tempo
Que insistem em me deixar perto de você.




(Escrevi, num dos meus momentos mais íntimos).

domingo, 27 de novembro de 2011

A vontade de sumir.

Às vezes tenho vontade de sumir. Sumir do mapa, sumir do mundo, sumir da minha vida...
Não estou dizendo isso num momento ruim qualquer, garanto que estou num dia normal, depois de dias normais, nada de diferente aconteceu para alguém que esteja lendo achar que estou num momento de revolta, ou dor ou mágoa...aliás, nem admito qualquer mágoa em minha vida, não quero adquirir um câncer ou qualquer outra doença por esse motivo torpe.

Hoje só é mais um dia de vida em que gostaria de estar só, isolada num lugar qualquer do mundo, vendo minha vida de fora. Podendo voltar no tempo, talvez, refazer algumas escolhas medíocres que eu sei que fiz. E me dei mal.
Não me acho vítima de circunstância alguma, mas também não me acho vilã de coisa nenhuma.
Tudo o que fiz ou faço é com total consciência, mesmo que esse consciência seja tosca em alguns momentos.
Mas essa sou eu. A menina que lembra parcialmente da infância, totalmente da adolescência, e ainda vive uma juventude 'adultescente', chegando a uma maturidade que insiste em vir devagar. Não, eu não me fecho ao tempo que chega. Aliás, o recebo bem, acho que no quesito saúde eu até estou legal.
Mas sei que preciso (como qualquer outro ser humano, aliás) cuidar de minha saúde mental,psíquica.
Preciso buscar o meu 'eu' esteja ele onde estiver.
Às vezes acho que fico o tempo todo dentro de mim, mas às vezes acho que me perco bem longe...
E é isso que me dá medo.

E pior que toda essa angústia, é quando estou quieta, quietinha, na minha, e de repente chega alguma coisa ou alguém, bagunça tudo, TUDO, revira minhas gavetas, muda as coisas de lugar, me faz ir pra mais longe ainda e, de repente, acha que num passe de mágica as coisas voltam ao normal. Que normal? Voltam como?

E com essas perguntas passo meu domingo, meus dias, minhas noites, madrugadas, acordo no meio da noite como se meu relógio biológico estivesse programado para às 3h, e por enquanto, fico sem uma resposta decente.
Porque sim, sou uma pessoa que gosta de encontrar as respostas. Pra tudo.

domingo, 13 de novembro de 2011

Quando é preciso voltar...

Alguns  meses depois, outras tantas histórias passadas, vividas, em todos os sentidos, e eu volto. Volto pra esse lugar que certa vez me disseram ser meu 'diário', porque aqui tenho a mania (errada, pode ser) de abrir acontecimentos, sem citar nomes muitas vezes, mas costumo fazer desse espaço um lugar onde coloco pra fora o que já não cabe mais aqui dentro.
E é exatamente isso que venho fazer nesse instante...

Há exatas cinco semanas aconteceram alguns reencontros em minha vida. Pessoas incríveis, queridas, de volta ao meu dia-a-dia, me trazendo novas vontades, novos risos, suas histórias, enfim...
E quando vi, já estava inserida nisso, dentro desse grupo novamente, mas de formas diferentes em cada uma de suas pontas.

Sinceramente não acho que exista nada de ruim, e escrevo isso agora pra você, com quem eu nem sempre posso falar, mas que eu sei que sempre vai estar por perto, seja como for.
Não dá pra mudar o rumo de uma coisa que chegou 'chegando', mudando algumas coisas para o bem, mesmo que custe acreditar nisso. Mas confesso e afirmo que sim, são para o bem.
Talvez você já tenha feito várias coisas ruins nessa vida, ruins para pessoas que ama, ruins principalmente pra você mesmo. Mas quem nunca errou que julgue.E garanto, não conheço quem nunca tenha errado, e errado feio, nessa vida.
Talvez tenham tentado te convencer de que ter cometido certos erros, tenha te condenado por toda uma vida a acreditar que você nunca mudaria ou mudará. E isso, meu caro, é uma grande mentira.
Todos nós mudamos, em muitas coisas, no decorrer de nossas vidas.
Mudamos por necessidade, por conveniência, por sugestão, por opção, por vários motivos.Mas mudamos. Crescemos. Compreendemos certas coisas que às vezes pareciam verdadeiros bichos de sete cabeças. E muitas vezes o bicho era somente aquele 'papão', que conhecemos na infância quando não queríamos ir dormir ou comer toda a comida do prato.
A vida, meu querido, não é tão complexa como muitas pessoas nos fazem crer. A vida é linda e simples.
Passamos anos tentando construir castelos que são levados com a primeira onda, sem nos dar conta de que a grande graça dessa vida é o simples fato de construir. Seja como for, seja quanto for.
Se uma história dura um dia, valeu por ter acontecido. Se dura um mês, idem. Se dura uma vida inteira, temos essa vida toda para exercitar nossas construções, para aprender novas histórias, para entender onde erramos, tentar acertar, consertar, corrigir...e depois errar tudo de novo, porque o tempo não para, a vida segue, e amanhã será outro dia.

Com você, acredite, tenho aprendido a enxergar prazer em pequenos detalhes, a ser feliz com muito pouco, a rir de bobagens amenas, a chorar por estar feliz...e não fazer disso um drama.
E esse 'com você' é de um jeito todo torto, todo errado, mas que eu não permito ser taxado de nada, porque a vida não deve ter rótulos, porque não temos que carregar culpas, e quando uma sensação de culpa toma conta do nosso eu, o melhor a fazer é 'socar um saco de areia', é tomar um banho frio, é dormir pra passar esse tempo que de nada vai adiantar remoer...

As bobagens que fazemos são também aprendizados, sejam eles como forem.Causou dor em alguém? Que tipo de dor? Não há conserto? Certeza que não?

Nada é irreversível. Somente a morte, e você sabe disso.

Um erro cometido por determinado fato, não deve, jamais, ser usado para justificar outros acontecimentos de nossas vidas. Porque aprendemos com tudo. Porque estamos sujeitos a muitos. Porque nos permitir viver, tudo o que for possível, é o mínimo que podemos fazer por nós mesmos.

Precisei escrever tudo isso. E ainda não acabei. Vou voltar. E logo.
Por enquanto, cuide-se, releve-se, respire. Abstraia culpas, jogue no lixo cobranças e julgamentos. Você não precisa disso.
Tem muitas qualidades, sabe disso, e tem total consciência da grande pessoa que é.
De todas as mudanças incríveis que já fez por você nessa vida. De todas as vitórias que teve, de todas angústias que passou, mas de todas as felicidades que foi juntando.
O mundo não vai acabar por conta do que houve ontem. Ontem foi só mais um dia, que já acabou.
O que importa, de fato, é hoje. É o que temos por ora.
E por ora, eu preciso do fundo do meu eu, te dizer, que você é extremamente importante pra mim nesse momento.Do nosso jeito. O jeito torto, mas um jeito cheio de verdade.Mesmo que sejam somente as nossas. Mas são.

Simples assim.