sábado, 5 de junho de 2010

Dores de amores e uma balança com os ponteiros quebrados.

Há uns 3 dias estou numa agonia besta, sentindo um "sei la o quê" que não é dor mas também não é calma. Dói na cabeça, no corpo, na alma e chega rasgando a parte do meu ser que mais apanhou a vida inteira: o coração.
A ponto de um dia eu achar que o Arnaldo Antunes compôs "Socorro" pra mim. ("socorro, alguém me dê um coração, que esse já não bate e nem apanha...). Era o meu, lá na música.
Desde quarta alguma coisa esquisita está dentro de mim.Quarta à noite,mais precisamente, quando fiquei absolutamente sozinha em casa e pensei em várias coisas. Algumas bobagens, pois sou mulher e tenho isso no DNA, outras reais. Coisas que talvez eu não tivesse pensado se vivesse um momento completamente normal em minha vida. Mas não é esse o meu momento.
Sei que o mundo mudou muito, mas a essência das pessoas ainda permanece na maioria dos casos. Preconceitos, medos, bobagens que só damos conta realmente quando vivemos ou deixamos de viver determinadas situações na vida.
Coisas como as diferenças - várias delas - e medos.
Medo de entrar de cabeça numa história, de viver delicadamente outra, de nos dar conta que a paixão pode ser nociva pra quem não sabe lidar com ela.
Eu estou completamente apaixonada por alguém que traz consigo diferenças, digamos, teóricas.
Teóricas pois acho que somos muito parecidos em muitas coisas. Apesar de tempos e vivências distintas nessa vida.
Mas entendo esses medos. Só não estou sabendo lidar completamente com eles.
E isso tem me deixado angustiada por esses dias, com um aperto por dentro, precisava escrever aqui pra colocar um pouco dessa dorzinha chata pra fora.
Conversando com a Nathy, minha amiga talvez mais parecida comigo em muitas coisas, e que tem sido a maior ouvinte dessa história toda, rs, ela encontrou uma palavra que me define, nesses três dias estranhos que passei: DESCOMPENSADA.
É assim que me sinto. Me sinto descompensada porque me apaixonei por uma pessoa totalmente diferente de todas que me relacionei antes, todas. Absolutamente. Porque eu sou muito agitada, falante, penso milhares de coisas ao mesmo tempo, e essa pessoa que me tira o sono é totalmente o oposto. Fala pouco, sabiamente, diga-se de passagem, é calmo, equilibrado, ponderado. A personificação da tranquilidade.
Não é um homem-polvo, daqueles detestáveis. Pelo contrário. É o homem mais respeitoso e educado com quem já me relacionei.
Às vezes penso se ele está com medo de que eu me apaixone demais e ele não corresponda a isso. Mas hoje, pela manhã, quando acordei e pensei instantaneamente nele, parei pra pensar sobre um outro lado. Se ele também tem esse medo. O medo de se apaixonar. O medo de enfrentar as diferenças teóricas, de viver intensamente tudo isso, de dizer que também é passional, como eu.

Estou numa balança com os ponteiros quebrados. Vivendo uma dor que não existe, de um amor que rasga meu coração sem machucar, que me faz tremer dos pés à cabeça quando vejo e estou perto, mesmo que pra falar por cinco minutos enquanto espera uma entrega chegar.

Às vezes tenho vontade de rir disso tudo. Noutras, a vontade é de chorar. Por uma saudade do abraço, do cheiro, de sentir o coração batendo, a respiração fluindo, de simplesmente estar perto. Olhar nos olhos, sentir entrar dentro do meu mundo só no jeito de olhar.

E agora estou aqui, é noite de sábado, reunião em família pra comemorar o aniversário de uma das minhas irmãs, que mora longe; ele fora, num trabalho.

Meu coração, aquele que já não bate e nem apanha, está aqui apertadinho, esperando a noite passar, o sono chegar, talvez umas taças de vinho acelerem este processo. E amanhã será um novo dia, um novo "presente de Deus", o qual eu me empenharei de todo o coração pra que seja maravilhoso, incrível. Se Ele permitir que a noite seja de acertos, sabe o quanto o coração dessa pequena aqui, ficará pleno e dormirá feliz.

Um comentário:

  1. Nossa, acho que neste post vc "rasgou" a alma e pôs pra fora, com toda verdade do mundo, o que sente. E isso faz um bemmmmmmmmmmmmmmmmmmm danado!!!!
    Parabéns não apenas pelo post, que é lindo, mas pela coragem de assumir o que sente. Algo raro nos dias de hoje. E coloca raro, nisso. Pois vivemos num mundo onde " se mostrar" siginifca para a grande maiora das pessoas um sinal de fraqueza.
    O que vc não tem na vida!!!!!!!!
    Ainda vou a "amiga" da "mônica" dessa história.

    " E MESMO COM TUDO DIFERENTE MEIO MESMO DE REPENTE UMA VONTADE DE SE VER....
    E QUEM IRÁ DIZER QUE NÃO EXISTE RAZÃO NAS COISAS FEITAS PELO CORAÇÃO.. E QUEM IRÁ DIZER QUE NÃO EXISTE RAZÃO?"

    ResponderExcluir